quinta-feira, 18 de março de 2021

ALBINO FREITAS CICLISTA POVOACENSE DE REFERÊNCIA DOS ANOS 80

   Albino Freitas                    Foto de: PVCbiketeam

Albino Gonçalo de Freitas nasceu na Vila da Povoação a 10 de novembro de 1961, filho de João de Freitas Nunes e Ângela de Medeiros Gonçalo (ambos falecidos), irmão de Arlindo, Américo, João e Daniel Freitas. Foi ele na década de 80 praticante de ciclismo federado, tendo inclusive ingressado na seleção de São Miguel e dos Açores onde participou em diversas provas realizadas nas ilhas de São Miguel, Faial e Terceira. Também foi ciclista da famosa equipa de ciclismo do Mira-Mar Sport Clube. 


Pai: João de Freitas Nunes                          Mãe: Ângela de Medeiros Gonçalo

Em conversa mantida com o Povoacense Albino Freitas sobre os seus tempos de praticante a sério na modalidade do ciclismo, foi com enorme alegria e saudade que se recordou dos momentos vividos a pedalar. 

Foto gentilmente cedida pela filha Lina Freitas
Albino Freitas em treino na estrada Povoação - Furnas

Aos 17 anos começou a participar nas variadas provas de ciclismo que naquele tempo se organizavam, quer a nível concelhio, quer a nível de ilha. Relembra que um carro da marca Mini novo custava 45 contos e que a sua bicicleta de estrada da marca Peugeot custou 30 contos, portanto uma boa bicicleta, top de gama na época. relembra ainda que alguns ciclistas Povoacenses acabaram por adquirir o equipamento oficial da volta à França da equipa Renault e assim treinavam-se todos de igual. Os equipamentos de então não eram tão sofisticados como os de hoje em dia. Os calções não possuíam carneira nem de esponja nem de silicone, apenas uma forra em couro na zona das nádegas e escroto que produzia um efeito de reforço e maior resistência. Os capacetes de proteção à cabeça também eram muito diferentes dos de hoje em dia, entre tantos outros pormenores que nos levam a refletir como era possível estes ciclistas fazerem tanto com condições tão desfavoráveis em relação às de hoje em dia.


Capacete usado nos anos 70/80

O ciclista povoacense efetuava treinos semanais entre a Vila da Povoação – Lagoa das Furnas – Ribeira Quente – Vila da Povoação. Ia e vinha 2 a 3 vezes. Na última volta programada do treino ao chegar, ainda dava 7 voltas ao redor da Vila e de seguida seguia para casa onde efetuava mais uns largos minutos no rolo. “Era transpirar a “potes” no rolo” afirmou Albino Freitas.


Foto gentilmente cedida pela filha Lina Freitas
Albino Freitas em treino na estrada Furnas - Povoação

Descreveu-nos que numa das corridas na ilha do Faial efetuada com as cores da seleção de São Miguel, ia no grupo da frente juntamente com outros 3 atletas, vinham a fechar o caminho em determinado percurso para não dar hipóteses aos de trás passar. “Fui atacado por uma forte cãibra e tive de parar repentinamente, caí para o lado e fiquei estirado na berma da estrada até me conseguir recompor” contou-nos com emoção o ciclista Povoacense, que por azar em determinadas provas era atacado por essas fortes contrações musculares indesejáveis.

 

Bicicleta Peugeot companheira de corridas de Albino Freitas
Foto de: PVCbiketeam

Naquele tempo ainda havia muitas estradas em calçada, o que exigia da parte dos atletas uma grande carga de esforço a todos os níveis. “Ficávamos com as mãos e os braços dormentes, era uma coisas incrível, a partir de determinado tempo parecia que estávamos a ser eletrocutados”, disse-nos com firmeza Albino Freitas.


Alguns dos troféus que ganhou o ciclista Albino Freitas
Foto de: PVCbiketeam

Hoje são recordações que permanecem bem vincadas na minha vida de desportista. Um desporto que na altura era muito valorizado e acompanhado por muita gente. Era uma festa exigente mas que valia pela grande satisfação de chegar à meta e ter aquela multidão a aplaudir-nos.”, recorda de forma saudosa. 


Albino Freitas no Canadá
País que o acolheu por 2 anos 

A sua bicicleta Peugeot guarda-a como recordação, uma relíquia, bem como os troféus e medalhas que adquiriu ao longo das competições de ciclismo em que participou. Hoje é com enorme satisfação que vê muitas pessoas a praticar ciclismo pela nossa ilha fora. As condições são outras e bem diferentes dos anos 70 e 80. “É muito bom a existência de um grupo organizado de ciclismo amador na Povoação. O mais importante é que pratiquem, que desfrutem, e acima de tudo que se divirtam contagiando outros a fim de os incentivar a praticar esta importante modalidade desportiva que tantos benefícios traz à nossa saúde física e mental.”, concluiu Albino Freitas.


Recordações 


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